sábado, fevereiro 28, 2009

A vida em semanas

(Faz tempo que escrevi este post, mas a vida da gente vira uma bagunça.. só hj consegui publicar...rs Meu lindo já passou do mês.)

Estou com meu pequerrucho nos braços, ele nasceu com 39 semanas e meia de gestação.

Nunca consegui entender direito esse lance das semanas durante todo o processo da gravidez. Teve momentos nos quais foi muito fácil acompanhá-las, outros em que perdi realmente a conta e, no final então, meus cálculos eram diferentes aos feitos pelos obstetras porém, por fim, acabou dando na mesma! Luis Esteban resolveu nascer no dia 22 de janeiro de 2009 às 20 horas em ponto. “Um aquariano nascendo em horário pontual? Só podia ser com ascendente em virgem!” - Exclamou tia Fri num email enviado a todos com a boa nova.

O certo é que nunca antes minha vida tinha sido pautada em semanas até agora. E acho também, que será uma fase que chegará ao fim quando o Esteban complete um mês.

Confesso que não curti a gravidez de cabo a rabo, as primeiras semanas padeci incertezas, indecisões mil, nervosismo, decepções... em fim, depressão. Fiquei preocupada também, porque não tinha plano de saúde -Olha que absurdo! foi depois que descobri que para gestantes é até melhor nem ter plano. Porque os GO (Ginecologistas Obstetras) dos convênios, fazem mil tipos de procedimentos invasivos durante a gestação, indicam ultrasonografias até demais da conta e, vivem enganando as futuras mães com o conto do tão desejado parto normal, para depois enrolar elas numa cesária desnecessária, vé se pode isso!? Porém, quando resolvi que ia encarar e ter finalmente, meu primeiro filhote, todo passou a ser contabilizado em semanas, e cada etapa, ou trimestre, trouxe um monte de aprendizados e atenções diferentes.

Bom, para dar o veredito final em relação a continuar a gravidez, era necessario saber que tudo estava bem com o bebê, para isso pedi pra minha GO do começo, Dra. Vânia, me indicar algum dos exames que servem para descobrir síndromes em fetos. Conhecia apenas o exame de vilo ou Biopsia de Vilo Corial, que serve para detectar anomalias genéticas, como a Síndrome de Down, consiste numa punção que pode ser feita a partir da 11ª semana de gravidez, o resultado fica pronto em uma semana ou 15 dias. Mas a Vânia, descobriu e indicou um exame realizado apenas no Instituto Albert Einstein, chamado O.S.C.A.R. (One Stop Clinic for Assessment of Risks). A vantagem é que não se trata de um exame invasivo e a diferença de custo entre ambos não era muita, também dava muita tranqüilidade saber que não corria nenhum risco de aborto, no caso estivesse tudo bem. Esse exame pode ser feito a partir da 11ª semana de gestação e o resultado é entregue na hora, já fica valendo pelo primeiro ultrassom morfológico e o sexo, no meu caso foi muito bem chutado, 70% de chances de ser menino o médico disse. Foi paranoico da minha parte querer fazer esse exame, mas num quadro onde tudo estava dando errado, não queria correr mais esse risco.

Muito me ajudou acompanhar o site Vida no Ventre da National Geografic, oportunamente indicado pela dinda Mariel, que também indicou e me inscribi para receber os boletins gratuitos da revista Crescer. Graças a Bianca, mãe do foférrimo Lucas, conheci também GAMA e a lista das Maternas-SP, Grupo de Apóio à Maternidade Ativa, onde se encontram mulheres e profisionais que procuram e apóiam o parto humanizado, Ana Cris é parteira de lá e moderadora da lista na qual continuarei participando, depois de tudo, não é apenas para gestantes. Sem dúvidas, as melhores referências se tratando dos encantos de maternar.

Nas semanas consideradas de primeiro trimestre, também tive a sorte de ter muitos desejos de frutas, que não gostava de comer antes, o que rendeu muitas vitaminas pro Esteban. É especificamente o trimestre (todos tem importância) mais importante para cuidar da alimentação, tudo está em formação. Também nesse período médicos indicam o ácido fólico para reter e absorver ferro, estamos fabricando uma pessoa, né? Todo cuidado é pouco, até para continuarmos belas e saudáveis. Tive que cortar com alguns vícios, o café por exemplo, que tomava de cinco a seis copinhos por dia, teve que ser reduzido a apenas, dois. Bebidas alcoolicas também foram quase erradicadas, apenas uma latinha, ou uma taçinha de vinho de vez em quando. "A questão é não criar dependência no feto" falava a Dra. Vânia. Mas adiante, numa matéria na qual saimos Esteban e eu na Folha, descobrimos que fetos onde mães consomem muito café durante a gestação nascem com menor peso, pois estes asimilam a energía do café e não dos alimentos para se desenvolver.

Já no segundo trimestre a barriga começou aparecer de verdade, algumas mães com alimentação super saudável não usam complexos vitamínicos, eu escolhi tomar. A minha vida sempre foi hiper ativa, uma alimentação saudável não bastava apenas pra mim, muito menos com o Esteban em formação. Sem duvidas, o segundo é o melhor trimestre, a gente se sente uma gestante e ainda sexy! Barriguda e leve ao mesmo tempo. Os “chutes”, movimentos do feto, começaram a sentir-se, foi muito bom!!! Foi também o período onde perdi a conta das semanas. Neste trimestre comecei fazer meu pré-natal no Amparo Maternal, freqüentar algumas reuniões de quinta no GAMA, fazer aulas de Yoga com a Wal (muito bom! Recomendo, mesmo não sendo uma turma especifica para gestantes) e pensar, de leve, onde seria o meu parto. Fiz mais um ultra-som morfológico pra certificar todinho e constatei que o “chute” do médico em relação ao sexo no primeiro trimestre estava certo, Luis Esteban!

Da semana numero 28 à 39, todo foi muito corrido. Tinha um monte de serviço pra fazer, trabalhando mais horas das que esperava, a casa ainda era um caos, e a barriga começando pesar. Também se retomaram os ensaios do Bloco Ilú Oba de Min, onde participei na dança durante toda a gestação, e os finais de semana eram destinados a eles. O complexo vitamínico foi de vital importância, quando parava de tomar me dava rinites. Quase tinha uma comunicação com o Esteban, sabia que ele gostava quando eu dançava, ele era inquieto às noites, ele estremecia quando acariciava a barriga. Também neste período começou a preocuparme a questão do parto, tinha que ser natural, meu bebê já estava contribuindo para isso, ficando em posição cefálica (de cabeça para baixo) desde o quarto mês. Comecei a ler um monte de relatos de parto e comecei a temer pelos procedimentos hospitalares, ocitocina, epsiotomia (corte feito no períneo, muitas vezes desnecesário) e pela famigerada cesária, desnecesária dos planos de saúde. Esta última nem tanto porque tive a vantagem de não ter um. Ouvi falar na Casa do Parto de Sapopemba, é longe! Mas também fiquei sabendo que não é tão rápido assim que acontece um parto e que temos horas para poder chegar. E foi lá que meu rebento chegou! Mas por esse relato vocês vão esperar mais umas semanas. Agora preciso ir dar de mamar!