terça-feira, dezembro 18, 2007

Silêncio

Silêncio...
sentenciante silêncio
apenas ouço impaciente
meu pulso, minha seiva
me importas, mais do que queria
te espero, embora não deveria
silêncio
irritante silencio
me refugio nas noites
de beijos interminaveis
de percorrer tua pele
procurando carinho
essas, essas não enganam
silêncio
condenado silêncio
que quebro neste instante
sem pudores, de arrebato
como supimos fazer
como nos desejamos tanto
pra te dizer que estou
de tocaia no aguardo...

Busca IV

Procuro o endereço dos teus sentimentos
agoniada à espreita de algum sinal
esperança que conduza ao caminho certo
sem duvidas que eles moram por aí
teu corpo me conta feliz a cada contato
vejo eles fulgurantes por trás do teu olhar
mas se escondem assim que percebem
que os percebo
as caricias me trazem recados
estamos aqui.. ja quase somos teus
mas nada dos teus sentimentos
nada de se manifestarem coloridos
nítidos, locuazes
pretendo achar, pelo menos o cep
para continuar alegre a procura deles
não devo te deixar falar
te beijar sim... num beijo interminável
tua boca, tuas mãos, o teu olhar...
eles irão me susurrar onde se esconde
esse o teu amor...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Será?

Acho que não é paixão
só tesão
misturado com ternura
tempero que conduz
o caos à cordura
não, não pode ser paixão
e assim disfarzo
o pedido da pele
o pular do coração
o acelerar do passo
não deve ser paixão
nem saudade
nem vontade de saber
todas as suas novidades
de sentir seu gosto
estar junto de verdade
não... será paixão?
sei não...
mas é compromisso
de té-lo em minha cama
com ou sem previo aviso

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Noturno

Não, não digas nada agora
apenas me penetra
não digas, estragará o encanto
à noite é para se amar
não tem lugar para o pranto
me deixa te olhar e
vem, vem pro meu abraço
de pernas, mel, fluidos, laço
mas não fala nada agora
sentimos e é só, e é basto
imesidão e abismo
sede, fome, a timidez dos castos
insaciáveis exploradores
dos corpos, das janelas
dos suores e tremores
mas não digas nada não
acreditarei, sentirei
e o prazer se tornará
um grande medo em vão...